Marketing e a coragem de dizer não | Responsabilidade

Seguidamente o marketing é visto como o vilão da história. Minhas reflexões concluem que é uma perspectiva errônea pois o marketing não é nem bom, nem ruim, ele esta apenas a serviço do empreendedor. Siga a leitura e reflita.

Todo o estudo em marketing está relacionado com analisar e entender o mercado de atuação englobando produto, consumidor, local de distribuição e a propaganda. Com base no aprofundamento das múltiplas teorias e aplicação deste conhecimento em seu negócio, o empreendedor conseguirá um posicionamento favorável para que sua empresa prospere.

Acontece que, como em qualquer área, o marketing vai assumir o caráter de quem o aplica. Então o profissional precisa assumir sua responsabilidade social e tornar o marketing uma ferramenta do bem, que gere valor, não apenas para sua empresa, mas para o grupo local onde se está inserido. Esta é nossa responsabilidade como profissionais de marketing.

Ao assumir o compromisso com a ética e a responsabilidade precisamos desenvolver a coragem de saber dizer não, mesmo que isso signifique não atender determinado cliente e consequentemente não receber por um trabalho.

Nem todas as vezes nós vamos conseguir resolver uma necessidade e entregar o que um cliente precisa. É fundamental termos esta consciência quando respondemos um orçamento. Por respeito ao cliente, ao nosso trabalho e para não “queimar o filme”. Assumir o que não podemos entregar é o que chamo de “tiro no pé”.

Quer entender na prática? Durante um bom período da minha carreira eu trabalhei apenas com Google Ads. E em algumas situações tive clientes que me pediram para fazer suas campanhas porque precisavam muito vender determinado serviço. Fazendo uma rápida análise de cenário e de resultados que tivemos anteriormente concluí que a campanha de Ads não seria a melhor solução naquele momento. Para resultados reais precisaríamos de um investimento muito acima do disponível, teríamos um custo por conversão bastante elevado que não estava previsto no custo do produto e ainda precisaríamos de ações complementares para favorecer a conversão, que eram inviáveis por prazo e baixo investimento. Expliquei tudo isso, mostrei quais ações eu achava que seriam mais eficazes e não passei o orçamento. Perdi receita neste mês, mas colaborei como pude para o crescimento do negócio de forma que, se prosperar, poderei atendê-lo em outra demanda no futuro.

Não foi a primeira vez que assumi para um cliente que as soluções que eu poderia oferecer não lhe trariam o resultado esperado. E perdi clientes por conta disso, mas ganhei muita indicações que me propiciaram novas oportunidades. Ao termos a coragem de dizer não, mostramos o quanto comprometidos estamos com os resultados dos nossos clientes e com a qualidade do que oferecemos. Esta transparência  é um diferencial de mercado muito raro. Talvez aqui esteja um verdadeiro exemplo de “oceano azul”.

Acredito ainda que esta é uma tendência de futuro. Com o crescimento do público adepto a uma vida mais consciente, coletiva e sustentável a transparência e o comprometimento moral com o impacto que você, como profissional, vai gerar no mundo vai ser valorizado frente ao vender e gerar receita a qualquer preço. Esta velha forma funcionou por algum tempo, creio que por conta da revolução industrial, mas não se sustenta mais.

Experimento esta postura desde 2013, quando passei a trabalhar como autônoma. Deixei de emitir algumas faturas por conta disso, mas o saldo em longo prazo é altamente positivo. A cada demonstração de comprometimento profundo com o negócio dos clientes que atendo, recebo novas oportunidades, ora dos mesmos clientes, ora de indicações e estas sim fazem um empreendedor prosperar.

E você, já desenvolveu a coragem de dizer não?

 

 

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