Ficar em casa é diferente de não fazer nada

Março de 2020 e estou escrevendo no meio da coisa mais inesperada que podia acontecer: Esvaziaram o mundo. Milhões de pessoas assumindo a hashtag “ficar em casa” e um vírus se espalhando na rua. As crises, os desafios, os medos que vivi antes disso parecem todos pequenos agora diante deste cenário sem precedentes, acontecendo aqui em volta de mim e no mundo.

Na minha cabeça martela uma ideia que ouço desde o curso técnico: “É na crise que encontramos as oportunidades”.

Uma vez quando pequena questionei meu pai se teria uma terceira guerra mundial (eu provavelmente não tinha maturidade para entender o que era uma guerra naquela época, mas deviam estar me ensinando sobre isso na escola). Meu pai respondeu: “Não.” (Provavelmente para evitar que eu me preocupasse com isso.) Perguntei o por quê? E ele respondeu: “Porque o mundo acabaria.” Na época não entendi, mas fiquei tranquila e segui a vida.

Hoje acordei pensando: “Cara, estamos em guerra, e é mundial”. É o mundo inteiro em guerra contra um vírus. Milhares de feridos, milhares de mortos. Ricos e pobres, desconhecidos, celebridades e web-celebridades. Ficar em casa é a palavra de ordem, mas e os impactos?

Acabaram-se as férias, agora é guerra.

Escutem: Acabaram as férias. Estamos em guerra. O mundo está em guerra. Chegou a hora de pegarmos nossas armas. De organizar nossos exércitos e ir à luta. Acordai para que não tenhamos mais baixas!

Para nossa sorte para lutar precisamos ficar em casa. Deus teve piedade de nós e nos deu uma batalha para lutarmos em nosso território, em nosso lar. A única forma que temos para combater o Corona (e que parece um pouco efetiva) é ficar em casa. Um lugar que há gerações não frequentamos realmente. Porque há gerações que vamos pra casa só para comer e dormir. As mães de adolescentes sempre se queixam disso: “Tá achando que aqui é hotel? Você só aparece para comer e dormir?” #quemnunca ouviu essa frase? Pois bem, não são só os adolescentes que vivem assim. Somos todos. Afinal os adolescentes só replicam o que nós adultos fazemos. São nossas cópias, nossos filhos. (Cá estou fazendo um texto profissional falando de filhos).

Quais são suas armas?

Quando estudamos sobre estratégias de guerra (assunto pesquisado por quem lê sobre teoria das artes marciais, história das civilizações e autoconhecimento dentre outros) aprendemos que é no tempo de paz que construímos nossas armas. E que as verdadeiras armas não são pistolas, espadas ou bombas. As verdadeiras armas são virtudes. Os grandes guerreiros da história não estão nos livros por conta de suas armas físicas, mas por usarem suas virtudes para manipular suas armas.

Finalmente chegou o dia de olharmos para dentro e vermos quais são as armas que cultivamos e quais não estão bem prontas.

Aproveita o tempo de ficar em casa e faz aquela listinha de virtudes que estão sendo úteis e daquelas que estão enferrujadas e é melhor nem tirar do baú. Gente, é guerra, saia com suas melhores armas. Depois que a tormenta passar você vê o que sobrou e desenferruja as outras. Foco e inteligência.

São muitos nossos exércitos

Da minha janela tela vejo muitos exércitos. Legiões deles. E ao vê-los me encho de esperança e fé.

Cientistas de várias áreas pesquisando com os recursos que tem sobre tudo a respeito do inimigo e de forma de combatê-lo.

Enfermeiros, médicos e profissionais da saúde na linha de frente, encarando o inimigo.

As pessoas da limpeza, da administração, transporte, e outros trabalhadores invisíveis, que estão fazendo um serviço que ninguém vê.

As mães e pais que estão em casa cuidando de suas crianças, protegendo-as dos traumas desta guerra com histórias, brinquedos, criatividade e sacrifício, salvando o futuro sem deixar de estar em outros fronts de batalha. É uma galera fazendo dupla jornada.

Os economistas que estão preocupados em como limpar a bagunça que o vírus deixou, como viver depois que a guerra acabar.

Os políticos tendo que decidir qual o melhor caminho, com menos danos em uma estrada tão desconhecida.

Os músicos que tocam e cantam nas janelas. Os artistas que pintam e disponibilizam suas artes online. As costureiras que costuram máscaras e aventais.

Os policiais, bombeiros, resgates, entregadores, caixas de supermercados. Todos que estão promovendo que os serviços básicos mantenham-se normais para evitar o caos total. Os religiosos que oram com toda sua fé, sozinhos em seus pequenos altares. O pessoal da funerária que olha o que ninguém quer ver.

Os idosos e pessoas do grupo de risco que gostariam de fazer mais pelos seus e não podem. Estão na batalha de se deixar serem protegidos. E isso é uma grande luta interna.

Os trabalhadores que estão vivendo em completa insegurança. Se saem de casa colapsam o sistema de saúde, se ficam colapsam a economia. Proteger a si e aos outros e pagar as contas como? Comprar comida como?

As crianças trancadas em casa com seus cuidadores preocupados.

Estamos todos em batalha, sem exceção. E todos tem seu papel. Um bom general não é nada sem um bom exército.

Precisamos lutar juntos. Não interessa o que passou. O vírus não quer saber se foram os Ximangos ou os Maragatos. Enquanto brigamos por conta de bandeiras o vírus nos mata. A cada argumento apaixonado por algo que não mais importa temos mil mortos. A cada piscadela levamos um golpe. Porque é guerra e na guerra temos que focar no presente, porque o passado nos condena à morte e o futuro depende de como vamos lutar.

Todos somos potencialmente heróis. Nossas almas são heroicas e vitoriosas. Herói é todo aquele que treina para desenvolver suas virtudes, ganha e perde batalhas, mas mantém a coragem e a perseverança.

Simbolicamente nos contos de fada o beijo dado pelo príncipe, representando o amor verdadeiro, e desperta na alma seu potencial heroico. Tanto faz se quem beija é o príncipe, o ogro ou o sapo. E tanto faz se quem é beijado é loira, morena, negra, homem, mulher ou bicho. O que precisamos saber é que as virtudes despertam o herói que mora dentro de cada alma.

Alguns heróis estão adormecidos pelo egoísmo, por isso tem atitudes duvidosas de interesse próprio.

E finalmente este vírus nos convidou a despertar o nosso potencial heroico.

Foque em suas armas e proteja o vizinho.

Tem uma tradição que fala que o escudo do guerreiro não serve para proteger a si mesmo, o escudo é para proteger o colega do lado. E quando um exército consegue usar o escudo adequadamente, ele vence. Não lembro quem disse isso, lembro apenas do ensinamento. Quem tiver fontes pode comentar.

Paremos de brigar pelo que o vizinho não está fazendo. Façamos nossa parte. Quanto melhor formos, mais vidas salvamos e menos fardo seremos para os outros.

É na crise que estão as oportunidades

Gente, chegou! A hora é agora. Sabe aquele sonho que todo mundo tem de querer que algo grandioso aconteça em sua vida e que mude tudo. Então, este dia chegou. Sabe aquele tempo que ficamos invejando a oportunidade que passou na vida do vizinho e não na nossa? Então, agora é a hora, a maior crise e as oportunidades estão no ar. É hora de nos empenharmos e arrecadarmos tudo o que pudermos. Por nós e principalmente por aqueles que não terão acesso às oportunidades. Vivemos em um mundo desigual e quem está lendo este meu post faz parte de uma bolha privilegiada. Honre esta sua posição, seja grato e aja positivamente.

Ficar em casa não significa não fazer nada

Finalmente. Gente, a hashtag é #ficaemcasa não é #nãofaznada. Ao contrário, é para fazer muita coisa, só não é para se aglomerar.

Comece olhando internamente e listando o que realmente está incomodando? Quais seus medos? Como você está reagindo a isso tudo? O que te gera stress, o que te faz bem? O que e quem te faz falta? Como está sua relação familiar?

Resgate o valor da sua família. Tem gente que não aguenta a quarentena porque não consegue ficar em casa com sua família. Precisa tratar isso. Busque ajuda quando a poeira baixar ou imediatamente (psicólogos estão atendendo virtualmente).

Aprenda o valor do ócio. Platão já falava disso. Domenico de Masi também caso você ache Platão ultrapassado. Lembre-se que as boas ideias são atemporais.

Agradeça se você tem o privilégio de não precisar ir agora ao front. De não estar encarando de perto a doença e a morte. Ore pelos que estão e aguarde sua convocação.

Porque agora estamos lutando para minimizar o colapso do sistema de saúde. Mas esta luta vai com toda certeza colapsar a economia e novamente todos irão sofrer. Aproveite este tempo para se preparar para a próxima batalha.

Mantenha-se saudável física e psiquicamente. Na internet você encontra informações aos montes sobre isso. Agradeça e abuse da tecnologia.

Busque as oportunidades para seu negócio.

Não é hora de mimimi. Ou melhor, sim, é hora de chorar, reclamar, berrar porque não devemos guardar emoções. Mas chore e siga lutando. Chora enquanto segura o escudo para proteger o vizinho, seca a lágrima enquanto levanta a espada. O que define o herói não é não ter medo. O que define o herói é seguir em frente com medo mesmo.

A economia precisava há tempo de uma mudança radical. Como não fizemos, a natureza deu um empurrão. Gente, é a lei do Karma. Estamos preguiçosos grudados no modelo antigo que não funciona mais. Precisamos arejar.

Sou publicitária e atuo na área de marketing digital há mais de 10 anos. Quando me formei o mercado da publicidade já tinha um modelo defasado que não condizia com a realidade. Ainda hoje temos um bloqueio enorme para conseguirmos que nossos clientes aceitem as novas tendências de tecnologia e principalmente de consumo. E estou vendo isso em vários nichos de negócio. Precisamos nos reinventar.

Está sendo muito ruim abrir um negócio no meio da pandemia. Porque quem trabalha está arriscando a vida, sua e de seus familiares. E quem está fechado não tem faturamento e não vai ter como pagar as contas. Tá todo mundo se sacrificando. Todos estão sendo desafiados. Mudam as formas, mas o desafio é mundial. Estamos na mesma arca e não tem como fugir.

A quarentena é uma realidade. Vamos aproveitá-la. Só precisamos ficar em casa, podemos trabalhar, podemos vender, podemos ser generosos. Temos que seguir com a vida, apenas de uma nova forma.

Não precisamos ter medo de vender, precisamos ter medo de sermos cruéis e imorais. Vender, trabalhar e ganhar dinheiro honestamente respeitando os demais é heroico.

Quem pode trabalhar em casa via computador é fácil, agradeça. Quem trabalha com conversa é só adequar as ferramentas. Temos comunicadores on-line excelentes e gratuitos.

Na minha cidade natal tem uma família que abriu uma hamburgueria nos fundos da casa, num bairro totalmente longe do centro, fora do perímetro comercial. Criaram um lugar aconchegante, uma receita gostosa e estavam lutando para melhorar o negócio. Devem estar neste processo há um ano, talvez dois. Semana passada vi que postaram que estariam fechados por causa da quarentena. Esta semana postaram novamente que retomavam as atividades porém pelo Ifood. Eles se reinventaram em uma semana. Alguns feirantes orgânicos estão entregando cestas nas casas das pessoas ao invés de estar na feira. O trabalho segue, o que muda é a forma.

Quem tem comércio pode começar os primeiros passos para a venda on-line. Meus pais tinham um pequeno comércio e eu sempre quis que eles usassem mais a internet. Um dos problemas é que com a loja aberta não tínhamos como fazer. Se sua loja vai ficar fechada, coloque em prática automações, melhore o sistema, ajuste o que falta e veja formas de atuar mais on-line. Pesquise ferramentas e soluções, ligue e converse com fornecedores. Treine seus funcionários. Tem muito conteúdo sobre isso gratuito e de qualidade na internet e agora você finalmente tem tempo para consumi-lo.

Treinamentos. Além de todo material gratuito que temos acesso há muitos cursos que estão sendo disponibilizados sem custo neste período. Educação é investimento. Quantas empresas tem uma verba destinada a educação que não é usada porque as pessoas não tem tempo de fazer cursos. Agora há tempo, verba e conteúdo. Quem não tem verba consuma conteúdo gratuito que tem aos montes e com qualidade.

As academias estão dando aulas pela internet. As escolas estão sendo obrigadas a testarem os modelos de educação à distância. Todo mundo tirou a poeira dos projetos ead que estavam engavetados.

As mães estão se virando para trabalhar, cuidar da casa, ajudar as crianças com as tarefas de EAD (pq como os projetos estavam engavetados as crianças não sabem ainda usar) e reforçar a higienização para ninguém ficar doente. Tem alguns pais que estão ajudando, mas não se enganem que são poucos e a sobrecarga está nas mães.

Muitos negócios fechados estão se reinventando e se ajustando à quarentena. Os que não estão podem gastar o tempo naquelas atividades que nunca dá para fazer. Pesquisar estudar. Planejamento e estratégia administrativas, RH, marketing. Temos um monte de planejamento que nunca é feito por falta de tempo. Ao invés de investir uma hora por dia nisso, que tal um intensivo? Avaliem cenários, pensem no futuro, invistam como ressurgir das cinzas. Pensem em como agir localmente para apoiar a cidade. A pandemia vai acabar e vamos precisar viver no que sobrou. A hora para pensar em como fazer é agora, depois é limpar escombros e agir com eficácia e eficiência para minimizar sofrimentos.

Claro que tem pessoas que não tem a menor condição de trabalhar e vão ter sérios problemas. Mas aí entra a solidariedade, os programas de apoio que já estão acontecendo. Não é perfeito, mas é o que conseguimos. Não é fácil? Não, não é. Mas guerra é guerra. Lutamos com todas as nossas forças para sobreviver e ter condições de ajudar os demais.

Claro que terão empresas que poderão falir. Mas existem vários passos antes de uma empresa realmente decretar falência. O prejuízo é alto e levaremos meses ou anos para recuperar, mas assim que funciona. Teremos demissões, sim. E quem for demitido vai precisar se reinventar. A vantagem, é que teremos muita gente na mesma condição, o que gera um cenário de mais apoio do governo, mais solidariedade, mais ideias conjunta. Quando acabar a pandemia teremos escombros. E vamos precisar trabalhar para arrumar isso tudo. Trabalho não vai faltar. Então se estivermos abertos, vamos conseguir. O mundo já viveu outras pandemias, outras crises econômicas e nos reinventamos.

Vai ter gente morrendo de fome? Sim, vai continuar tendo gente morrendo de fome, como sempre teve. Às vezes mais e às vezes menos. Só que se achamos que este problema é relevante devemos solucionar ele em tempos de paz, não agora no meio da tempestade.

E sim, precisamos pensar em soluções reais para garantir qualidade de vida digna para todas as pessoas e não apenas para uma minoria. Com ou sem pandemia. E precisamos trabalhar isso antes e depois da crise, não durante.

Empreendedor

Lembre-se que a crise é oportunidade. Pense na pandemia como uma alavanca para você reinventar e cuidar da parte interna de seu negócio, aquelas coisas que nunca sobra tempo. Se você está preocupado em ter que demitir seus funcionários, pense em como minimizar os impactos. Demita com responsabilidade. E se sua empresa terá muita dificuldade em sobreviver, repense sua forma de gestão, estude sobre saúde financeira. E lembre-se: todo empreendedor fracassa várias vezes na vida até acertar. Falir é um ensinamento.

Não estou falando que é fácil. Estou falando que é necessário.

Trabalhador

Os trabalhadores têm se reinventado há anos. Vejo meus pais, meus avós. Já passaram por tanta crise na vida e se reinventaram. Nunca foi fácil, sempre foi com muito esforço e sacrifício, as custas da saúde, do tempo com a família. Mas a vida de trabalhador assalariado nunca é fácil, com ou sem pandemia estão sempre com medo de perder o emprego, arriscando a saúde, trabalhando muito para ganhar pouco, escolhendo qual conta vão pagar.

Mesmo neste ponto há negociação. Cada empresa precisará avaliar a melhor forma de amenizar o problema. Se você pode manter o pagamento de seus funcionários (babá, faxineira, doméstica, jardineiro), mesmo que os tenha dispensado para ficar em casa, mantenha. Se você tem uma grande empresa negocie recursos e priorize salários. Toda grande empresa tem dinheiro em caixa. E quando não tem, opera com dívidas. Faça dívida e pague os salários. Negocie uma redução responsável, com foco no salário de cada um e na necessidade. Não dá para reduzir metade do salário de quem ganha o mínimo, mas quem tem faixa salarial maior consegue viver por quatro meses com um pouco menos. Quem tem filhos, quem sustenta a casa sozinho precisa de mais que quem vive sozinho. Isso é a aplicação de justiça.

Quem sofre são os pequenos negócios. Mas as pessoas já estão se organizando para promover os negócios locais, apoiar os autônomos. Ao mesmo tempo que estas estão buscando formas de vender apesar da situação. As pessoas comuns sabem se defender, compartilham suas necessidades. Com a internet a comunicação é muito maior e ágil. Desta forma as comunidades vão se unir com mais facilidade e superar juntas os desafios que virão. Tenho muita esperança no senso de comunidade.

A nova economia

O problema aqui não é a quarentena, o inimigo não é o vírus, mas a desigualdade social que existe faz séculos e fazemos de conta que não é nada. É hora de repensar nosso papel dentro da bolha. É hora de avaliarmos se somos empreendedores ou exploradores. Precisamos usar este tempo para nos afastar da nossa versão explorador e nos aproximarmos do empreendedor.

A saúde vai colapsar e nos mostrar o quanto somos frágeis. A economia vai colapsar e nos mostrar como estamos fazendo tudo errado. Vamos precisar pensar em novas formas de viver com saúde e reinventar a economia. Infelizmente o custo está sendo muito alto. Porque não só perdemos dinheiro, mas perdemos vidas, milhares de vidas. Espero que não chegue a milhões de vidas, mas com certeza serão milhões de pessoas a chorar pelas vidas perdidas. Serão muitas pessoas que ficarão vivas com feridas internas gigantes pelo que experimentou neste momento. Somos heróis, mas somos humanos. Cada ferida de batalha nos custa anos para cicatrizar, algumas nunca curam. Meu bisavô sobreviveu a primeira guerra, mas ele nunca se curou. E seus filhos e netos também sofreram com essas feridas.

É hora de lavar as mãos e aproveitar as oportunidades para olhar para dentro de nós. Que virtudes estamos cultivando? Como anda nossa moral? Como está nossa relação com o trabalho? É o dinheiro que manda em nós ou somos nós que mandamos no dinheiro? Nosso trabalho nos faz feliz? Estamos sendo realmente justos? Aproveite a crise para refletir, repensar sua relação. Se o que ver for bom, respire e siga em frente. Se for ruim, tudo bem, é hora de repensar.

Que tenhamos gratidão pelo que aprendemos com esta situação e coragem para mudar o que não está bom. Seja grato se você puder ficar em casa e aproveite o tempo para qualificar sua vida. Seja grato se você puder ir as ruas trabalhar, pois você está fazendo a diferença na vida de todos.

Ajuda mútua

O post está aberto a comentários. Coloca aí quais são seus medos? O que mais te preocupa? Qual o desafio em manter o seu trabalho? Você conseguiu adaptar sua forma de trabalho? Conta como fez? Está aproveitando este tempo em quarentena como? O que descobriu? O que redescobriu? Você não pode ficar em casa? Quais seus medos, angústias, motivações?

Mas o convite é para a reflexão sincera e profunda. Reflexão com base em você mesmo. Não é para falar do vizinho, nem do governo, nem das empresas, nem dos trabalhadores. Não vamos falar das pessoas no geral, vamos pensar em nós mesmos. Se você é empresário, quais suas dores, medos, inseguranças? O que tem feito? O que quer mudar? Se você é autônomo, como está? Qual dificuldade? Você tem medo de não poder pagar o supermercado? O que sabe fazer? Como poderíamos ajudar?

Acho que confundimos olhar para nós mesmos com egoísmo. Mas não, olhar para nós é libertador, é nobre pois nos ensina a ser melhor, a evoluir. O egoísta olha só pro outro, pros problemas dos outros, porque não quer encarar seus problemas e suas fraquezas. Mas lembra, você não é ruim por ter dificuldade de olhar para si. Você não é mau. Nossa cultura promove isso há gerações. Nosso Status Quo nos ensina muito bem a olhar para fora e julgar. Estamos todos no mesmo barco. Não interessa de quem é a culpa. Agora temos que aceitar o beijo do príncipe (ogro, princesa, sapo, coala, tanto faz), acordar nossa alma heroica, agarrar os cabelos de Kairós (Deus da Oportunidade) e seguir a luta.

Reflitam sobre o sentido de ficar em casa, compartilhem e sejam acima de tudo gentis.

E se for autônomo ou pequeno empresário e quiser trocar uma ideia sobre soluções que podem ser tomadas para enfrentar a crise econômica que está se construindo, comenta aí, vamos conversar.

3 pensou em “Ficar em casa é diferente de não fazer nada

  1. Aquela historia sobre o escudo e proteger o vizinho ou no caso da guerra quem esta a seu lado veio da guerra dos 300 de sparta , é mais ou menos como dizer”se um cai todos cairemos ” pois se todos cuidarem de alguém que está ao seu lado no fim (matematicamente falando ) você vai está protegido também !

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